domingo, 11 de julho de 2010

Um comentário:

  1. Do que tem sabor de fruta mordida
    Quero a velha "sorte de um amor tranquilo" que o Cazuza cantou um dia. Que é pra poder acreditar que todos os romances não foram tempo perdido. Porque o corpo cansa de ficar em ebulição, transbordando paixões tórridas e no fundo, bem no fundo vazias. E é esse vazio que me enche, que me faz explodir, que me faz tomar atitudes impensadas se não fosse esse turbilhão de sensações que "um certo alguém" me causa.

    Que confuso não? Se algumas das paixões são vazias, e deixam um vazio profundo, como “alguém” ainda consegue me provocar? A diferença ta ai. As que deixam o vazio, o vácuo, a história que era pra ser vivida, e, que foi esquecida por alguém no meio do caminho, essas transformam nosso coração em um verdadeiro caldeirão...
    Será que isso é insensatez?

    Talvez seja, talvez....é loucura querer viver o que Cazuza proclamou, em tempos tão modernos?
    É loucura querer a porta do carro aberta, flores no dia seguinte, mensagem de bom dia?
    Nesses tempos modernos deve ser mesmo. Tudo se tornou efêmero demais. Só posso afirmar que algumas coisas vividas mudam a gente pra sempre.E eu não consigo acompanhar a velocidade disso tudo.

    Meu presente tem um cheiro enorme de passado. Mas, o passado não pode se arrastar né? Então, se ao invés de querermos mudar os “tempos”, quisermos então, sermos loucas? Temos lugar nesse mundo estranho, frio e superficial? De romances com datas de validade, e de proteções como escudos feito em fábricas de artesanato? E se mesmo sendo louca, eu quiser ser tranqüila? Te assusta? O amor é tranqüilo.

    O amor se permite ser descoberto, ser conquistado. Quando é tranqüilo, é amor.
    Amor pede calma, facilitação, é como um plano perfeito, pronto pra acontecer, sem luta ou guerra pra ser feliz. Quero possibilidades diferentes, ser insana e ao mesmo tempo saber que o amor vai chegar, sem maiores aflições. Não quero as fórmulas tradicionais, e muito menos as declarações carentes de quem vive em pleno carnaval.

    Quero que caiam as máscaras e que sem maiores esforços percamos o medo de perder e sejamos capazes de nos perder para amar. No passado, desespero se alternava com cortes profundos de navalha na carne, queria me sentir viva e plena numa situação qualquer... Até que a maturidade chegou, trazendo bens que só os anos bem vividos são capazes de nos ofertar.

    E, então, talvez hoje, eu já possa avistar as palavras de cazuza se integrando aos meus dias; mesmo que por enquanto só na imaginação. Imaginação que anseia por cenas de realidade, que acredita num futuro bom onde estar com alguém para caminhar do lado, é leve e simples.
    Então, no amor é tudo uma questão de Fé não é mesmo?
    Santo Cazuza, eu quero a sorte de um amor tranqüilo!
    Amém

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