quarta-feira, 1 de setembro de 2010



Sábado à noite.

Na noite de sábado Deus despertou poeta. E dependurou uma lua enorme no céu. E preparou um vento tépido para acariciar-me o rosto. E impregnou um cheiro de mato pelo quintal.

Nos fundos de casa separei três dos meus CDS preferidos. Ouvi Jobim, Alanismorrissette, escutei Ciara, Diana Krall,Hoobastank- the Reason

Preparei o jantar, comi fora (ao relento). Abri um vinho com delicadeza, degustei com calma e cuidado.

O clima, a música e a paz eram lindos. Quase tanto quanto você.


Mergulho.

Então estávamos juntos. Pela segunda vez. Entre um bom papo e outro, afagos e confidências ele me disse: vou mergulhar de cabeça nessa nossa história Coisa mais estranha, pensei comigo mesmo.

Foi ótimo naquela noite. trocamos numero de cel. Brindes, beijos,e sorrisão. Ele insiste:vou mergulhar de cabeça nessa nossa história Ih, acho que agora o moço tá falando sério.Pensei comigo

Conversamos por diversas vezes. Telefone, MSN, bendita tecnologia! Ah, ouvir sua voz… Colecionar palavras lindas. Deitar na cama torcendo para o dia seguinte chegar logo para começar tudo de novo. Em minha cabeça martelando, “mergulhar de cabeça”.

As semanas passaram mais rápido. Cada hora mais preciosa com sua companhia. Gosto desse menino. Adoro! Um tanto que eu nem sei dizer.

Quanto ao mergulhar de cabeça? Ele mal sabe que eu já mergulhei. E sem pressa alguma de voltar a terra firme.

Dedico a um alguém por mim muito especial




Segunda-feira ouvi Ciara,Celine Dion[seduces me] e McCartney. Na terça uni um soninho com a chuva. Quarta foi dia de cerveja com amigos. Quinta? Café e leite de manhã. Sexta foi almoço com bom papo. Para completar as combinações perfeitas, so me faltou juntar minha boca à sua.



Discursando.

Desapego. Quero mais nada dessa coisa de sentir intensamente, desse negócio de ficar insone. Chega de romantismo em excesso, não sou mais adolescente…

Agora eu sou mais eu, sabia? Pixei com spray colorido meu muro de lamentações, desejo só alegria, espantei as dores. Dou até risada quando me lembro de como eu perdi o sono, a fome, a vontade de fazer algo. Acho-me patética ao pensar que há pouco tempo estava perdida, sempre procurando alguém num quarto que é só breu.

Ah, nunca mais gostar de repente, sem motivo aparente, com um turbilhão de bem querer. Finalmente, a paz!

Navegarei a partir de hoje por mares mais calmos, sem tempestades. Procuro tempo firme, morno, agradável. Nada dessa montanha-russa que sobe, fico feliz; desce, vem o medo. Não vou mais ver o mundo de cabeça para baixo, continuarei em pé nos próximos meses.

Afirmo e reafirmo: a partir de agora sou assim!

Falei tudo isso ainda ontem. Tive a certeza de que estava dizendo a verdade. Aí você surge hoje. Lindo como nunca. Encantador como sempre. E fez aparecer um sentir que contradiz todo o meu discurso…


Uma viagem só partida.

Caprichei no disfarce. Pintei um sorriso enorme, desenhei olhos grandes e brilhantes, combinei tudo com discurso de felicidade exacerbada. Porém, a máscara que ando vestindo não tem sido suficiente para encobrir sentimentos.

Embora eu continue buscando as flores, procurando o céu mais azul que existe, esta névoa teima em descolorir os dias. É uma bruma que invade a paisagem. Cegando, causando frio, deixando-me doente. Inverno rigoroso que não se vai, chuva doída que insiste em cair gelando a alma e o peito.

Meu caminho é longo. Sem trilhas. Sem tréguas. Tento abrir clareiras mas o esforço é inútil. Talvez perder-se neste labirinto seja um fardo que preciso carregar por muito tempo.

Calvário constante, ardência presente, pranto recorrente. Tornei-me passageira de viagem tortuosa, perigosa, interminável. Por vezes avisto uma saída. Chego perto. Ela fecha. O fim parece-me inalcançável.

Então sigo em frente. Andando. De máscara. Com a certeza de que esse turbilhão tem nome. E é um nome de garoto.



Das coisas que não consigo apagar.

Quando topei contigo nem esperava gostar. Nem queria esse exagero, misto de tesão, afeto e insanidade que hoje caminha ao meu lado. Não pensei em perder as raras noites de sono, sequer imaginei o turbilhão que me bagunçou casa, dias, vida.

Perdi a direção. Pois quando quis acelerar, insistias em parar. Quando pisei no freio, vinhas em alta velocidade atropelando-me o peito. Quem era a mais ensandecida nessa história? ainda não pude descobrir. O fato é que pouco conheço sobre a hora do fim, pudera eu ao menos ter a certeza de que tudo terminou.

Lembro-me bem de tua rispidez. Foste duro, enterneci. Fechei minhas portas, vinhas cheio de doçura. E assim, vivendo de paradoxos, éramos dois loucos trocando beijos por vezes deliciosos, por vezes cortantes.

E que lábios são esses? Do mesmo jeito que foram capazes de revelar caminhos secretos, proibidos, cheios de leveza e ardor, em muitos momentos tornaram-se palco de palavras das mais doídas. Fizeram meus olhos fecharem-se de prazer. Fizeram meus ouvidos abrirem-se com agressão.

Fiquei perdida. Talvez ainda esteja. Pudera tudo isso fosse só mais um texto, passaria a borracha e pronto: acabado. Porém somos personagens inapagáveis. Tu tens cheiro, gosto, pele. E esses são itens impossíveis de se desprezar.


Crônica de um amor inventado.

O meninO que passeia por aqui mal sabe que a cada passo deixa pegadas em meu peito. Eu, platéia de primeira fila, simples fã, vibro ao ver seu caminhar. É essa jinga dele, essa coisa de quem flutua que aplaudo em silêncio secreto de alguém de pouca coragem e muito sentir.

Basta um gesto, um arrumar de cabelo, um esboço de sorriso e cá estou eu encantada novamente. A cena repete-se, dia após dia. Assisto incansável.

Ah, como adoro esse seu jeito menino, sua voz doce, sua pele pintada da cor tão linda que nem sei como existe! Tenho certeza, ela foi esculpida com zêlo e talento por um ser celeste meio anjo, meio artista; meio santo, meio diabo.

Deixa-me irrequieta o tal. Gela-me a barriga, arrepia-me a espinha, faz tremer as pernas. Meus olhos o perseguem feito bicho com fome, as formas dele são a presa preferida destas retinas sedentas de beleza e formosura.

Admirá-lo é hoje tão essencial quanto respirar. Pois se ele some falta-me o ar, perco os sentidos, passo a ver o mundo em branco e preto.

Talvez aconteça o tempo dele saber que existo. E vai me ver de perto. E vai me enxergar a alma. E vai perceber que é só dele toda a poesia que transborda de mim.
Mell Castro

Um comentário:

  1. Nossa! não sei como entendo o que escreveu!
    Pelo que entendi você esta com o coração dividido em dois ou talvez até três.
    quer desabafá com um amigo?

    Achei mesmo bonito os dois ultimos parágrafos que diz da admiração e de saber que você existe.

    não vou escrever muito para não correr risco de te encrencar com seu namorado.

    Mas se quiser um amigo, adoro conversar e ajudar.

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